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sábado, 25 de junho de 2011

A Greve e a Educação



A greve que está sendo realizada por parte dos profissionais da educação do Rio de Janeiro, tem demonstrado como a maior parte das pessoas corrobora com os baixos investimentos financeiros na educação pública.


Há uma unanimidade em torno da importância da educação, do ofício do professor, e de que é necessário investir em educação. Todavia, quando estes profissionais saem do limbo existencial, e reivindicam o seu salário e a melhoria nas condições de trabalhado;  uma cruel contradição deste discurso é revelada, através das históricas falas que aprisionam o professor na sala de aula: 


"coitadinha das crianças sem aula"
"o conteúdo da aula será prejudicado"
"greve é uma coisa errada, pois paralisa a escola"


O professor do estado recebeu notebooks, cartão de cultura, auxílio passagem,  todavia seu salário ainda é menos de 1,5 salário mínimo nacional. Eu sou professor do estado desde FEV de 2005. Naquela época, o salário mínimo era R$ 260,00, atualmente é R$ 545,00, portanto houve aumento em mais de 100% no valor.  Quando comecei a ser professor do estado, o salário básico era R$ 540,00, e atualmente é R$ 740,00, portanto o aumento foi pouco mais de 30%, depois de 6 anos.


Se este calculo bem básico não for suficiente para convencer os colegas de profissão, a comunidade escolar, a mídia e justiça que precisa de vários dias para analisar o mérito jurídico da greve, o que será?






Quando as pessoas reforçam este discurso, reforçam por conseguinte a contradição que coloca a educação escolar pública entre as últimas escolhas das prioridades educacionais das políticas públicas, pois demonstram que são incapazes de reconhecer a profissão de professor.


Viva a greve, viva a luta dos professores, e que mais profissionais tenham coragem para aderir a greve, para que juntos possamos retirar a educação pública do seu limbo existencial.



Um comentário:

  1. Isso sem falar que o trabalho do professor não se resume a aula em sala. E o tempo de trabalho gasto na preparação das aulas ou na correção de trabalhos e provas por exemplo? É uma parte do ofício que não é remunarada.

    Perde o professor, perde os alunos, perde a Educação e perde o país.

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